terça-feira, 1 de novembro de 2011

Como fugir das Grandes Corporações (e por que isso não é anticapitalismo)

Não há como negar, as pessoas estão descontentes com as empresas que fornecem os ditos “serviços públicos” (esse nome mesmo um erro) e as grandes corporações em geral tais como Telecomunicações, Elétricas, Gás, Água, Bancos etc.. Já é comum nas redes sociais algum amigo seu postar sua indignação a respeito da qualidade, do preço ou da forma como foi tratado por tais companhias.

Elaborei, portanto algumas ideias e dicas sobre como escapar das garras dessas empresas mesmo elas prestando serviços que são importantíssimos para nosso dia a dia. Mas antes é preciso esclarecer por que as coisas estão da maneira que estão.

O economista Ludwig Von Mises nos ensinou que, no capitalismo livre, o tamanho das empresas é exatamente aquele que os consumidores desejarem. Se a empresa agradar os consumidores na combinação qualidade-preço ela irá prosperar, a partir do momento que a empresa deixa de atender satisfatoriamente seu cliente ele deixa de comprar seus serviços, deixando espaço para outros empreendedores satisfazerem a demanda desses clientes descontentes.
Mas, perguntaria o leitor, se é assim na teoria, por que isso não acontece na prática?
A resposta é simples, essas empresas não fazem parte do capitalismo livre e, com isso, quero dizer que elas não estão ao sabor do consumidor. Para elucidar isso vou contar a breve história dos ditos “serviços públicos”.
Eles nasceram privados, com investimento estrangeiro, como exemplos mais claros as ferrovias de capital inglês, a Light de capital canadense etc. Com a política inflacionária dos governos essas empresas se viam na obrigação de aumentar seus preços para remunerar o investimento e isso gerava insatisfação e era prato cheio para os políticos populistas que, com apelos xenofóbicos e nacionalistas, estatizaram todas elas ainda nos anos 1930/40.

O resultado nós sabemos, e as estatais foram completos fracassos, fazendo com que linhas telefônicas, por exemplo, fossem ativos caros e raros, com que energia elétrica se assemelhasse a um vagalume com constantes apagões e blackouts, não citarei aqui o transporte ferroviário, pois a nova geração nem deve saber o que é isso dado o desmantelamento estatal desse serviço.
Nos anos 1990 alguns se iludiram imaginando que a razão tinha chegado aos políticos e burocratas e esses tinham reconhecido o óbvio fracasso estatal e se rendido à eficiência do setor privado.  Sim, assim pareceu a tal “privatização”. Pela característica dessas empresas, que é prestar serviços de massa, elas sempre foram fonte arrecadadora de impostos, mas, como estatais, elas eram absurdamente ineficientes e o estado notou que sendo geridas por empresas privadas a arrecadação de impostos seria muito maior. Observe a sua conta de água, luz, telefone, gasolina e você verá uma cara tributária de 50% ou mais. É ai que o brasileiro paga muito imposto e não percebe, é ai que nossa infraestrutura é caríssima.
O estado então, sabendo disso, cedeu a exploração desses serviços via concessão (e não privatização) a investidores privados (muitos deles agentes do mercado financeiro com boas conexões políticas e fundos de pensão de funcionários públicos).

E o que isso tem a ver com o péssimo serviço? Tudo! A concessão significa que determinada empresa pode explorar, sem sofrer concorrência, tal serviço em determinada região. Isso é, caro cliente, que ou você usa meu serviço ou não usa de ninguém, pois todos estão proibidos de prover tal serviço na minha área de concessão. Isso é facilmente perceptível até no mau trato que atendentes dispensam aos clientes.
Podemos chamar isso de capitalismo de estado, capitalismo de compadres, fascismo, ou qualquer outro nome feio que isso merece, menos de capitalismo livre.

Porém a tecnologia misturada com indignação com essa situação leva nossa criatividade a alternativas que, se não permitem nos vermos livres dessas corporações apadrinhadas pelo estado, nos possibilitam tornar o fardo mais leve. O leitor, claro, não precisa se assustar com meu radicalismo em algumas medidas.

Telecomunicações
Quem não se comunica se trumbica, diz o bordão. E é assim mesmo, quem vive sem telefone, sem celular nos dia de hoje? Talvez seja a maior fonte de reclamações e para escapar disso só há uma alternativa: Internet.
É essa a palavra de ordem para quem quer driblar os tentáculos estatais travestidos de empresa privada, no que pese a banda larga ser fornecida, em sua maioria pelas mesmas empresas de telecomunicações (existe empresa de TV a cabo fornecendo conexão à rede também). Hoje o mercado provê uma série de alternativas que fazem com que você escape das tarifas telefônicas: Skype, Google Voice, MSN, Facebook, Whatsapp. Utilize todos os recursos que seu computador e smartphone podem oferecer. Essa é uma dica não somente para jovens universitários duros que querem economizar para comprar carvão para o churrasco.
Claro que não estou sugerindo que a equipe de vendas corte o uso de telefone mas as alternativas são muitas. Não precisam chegar ao extremo radical como eu que tenho uma conta de celular pré-paga e que pede a senha do wi-fi em todo estabelecimento que vou. Mas conheço grandes empresas que só fazem ligações via skype e que os celulares também só discam por skype e mensagens instantâneas como BBM. Os pequenos negócios também podem se beneficiar muito com tecnologias simples.
Se é o setor com maior número de reclamações também é o setor com maior número de alternativas de escape.

Elétricas & Gás
Se no item anterior havia variedade, no tocante a energia elétrica e fornecimento de gás as opções são bem menores. As alternativas “verdes” ainda são caras e nossas cidades e construções são de difícil adaptação. A energia solar que poderia gerar um grande abate na conta ainda é cara demais para os brasileiros, então, a palavra de ordem é Economia!
É aquele bordão que os mais antigos diziam quando alguém deixava a luz acesa: “Você é dono da Light?”. Por mais que você compre ações da empresa na bolsa, você é, no máximo, concessionário e não dono.
Tente se adaptar a um estilo de vida mais saudável, a natureza é pródiga em acender a luz de dia e apagar a noite, aproveite-se disso e durma cedo e acorde cedo. É uma questão de hábito, acumular roupa para usar a máquina, usar o timer para não dormir com a TV ligada, verificar “fugas de energia” como fios desencapados. Os aparelhos eletrônicos são grandes consumidores de energia, mantenha-os desligados e não em Stand-by e os configure para seu computador “dormir” quando estiver inativo; em sua empresa e verifique a hipótese de transferir o servidor para algum dreamhost.
Enquanto não tivermos um verdadeiro livre mercado de energia as empresas serão gigantes e não locais.

Gasolina
Caro leitor, nesse quesito eu radicalizei e comprei uma scooter e, num país com clima quente como o Brasil eu iria sugerir a todos que andassem de moto ou minimoto, porém, morando em grandes cidades o perigo é enorme e não estou sugerindo que minha (nem a sua) avó ou mãe andem de moto, essa dica serve mais para os homens.
Manter seu veiculo regulado e comprar opções econômicas que consomem menos combustível é uma opção mas ainda estaremos condenados a uma carga tributária de 52% no preço da gasolina ou do álcool. Conhecer bem o bairro que mora e o comércio local evitam grandes deslocamentos. Em cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro pode se perder de 2 a 3 horas diárias no trânsito. Não é exagero avaliar propostas de emprego mais perto da sua casa mesmo se o salário for pouca coisa menor, o ganho em qualidade de vida pode superar muito certas vantagens financeiras aparentes.
Por mais que ela domine o mercado evite comprar em postos da Petrobras, prefira sempre a opção de uma empresa privada.

Bancos
Se os bancos não são exatamente concessões, no sentido que são as empresas anteriores, ainda assim é um setor cartelizado e anda de mãos dadas com o estado.
De imediato cancele qualquer vinculo que você e sua empresa tenham com bancos estatais como Banco do Brasil, Caixa Econômica ou alguns outros estaduais. Utilize os bancos privados, mas não se entusiasme.
Se você já é meu leitor a um tempo e está feliz com sua aplicação em ouro e nunca vai se alavancar em dividas, ignore os comentários a seguir, mas se ainda não é e não está convencido que ouro é a melhor aplicação leia atentamente.
A priori mantenha apenas sua conta corrente no banco. Se desejar investir em fundos, títulos públicos, ações utilize casas de investimento independentes. Abra sua conta em uma corretora de valores e invista você mesmo em títulos públicos via tesouro direto se assim desejar, compre fundos de ações independentes, não ligados aos grandes bancos. Não delegue suas economias a gerentes que mal sabem o que estão dizendo.
Alias não me lembro a ultima vez que pisei na agência que tenho conta e mal sei o nome da gerente. Hoje em dia tudo é feito pela internet. O banco do qual sou cliente ainda enviava, via correio, um extrato mensal para minha residência cobrando R$2,90/mês por isso. Cancelei e sugiro que você cancele todo tipo de serviço extra. Ainda mais esse tipo de informação que pode cair nas mãos de estranhos que ficariam sabendo sobre quanto você movimenta. Hoje todo extrato esta disponível a um click na forma e detalhamento que o cliente quiser.
No meu radicalismo, cortei o cartão de crédito, mantendo somente o cartão de débito, como em outros artigos já expliquei por que não devemos nos endividar, não serei repetitivo aqui, mas saiba que cartão de crédito incorre um custo altíssimo entre tarifas e taxas de juros.

Água
Deixei esse item por ultimo e não foi por acaso; se nas empresas de energia elétrica ou Telecom o estado concedeu a empresas privadas, no setor de saneamento e fornecimento de água o estado não abriu mão e não sem uma razão. É onde se comete um crime terrível contra a população.
Os americanos já tem um grande ativismo contra o flúor na água por conta de trabalhos como os de Murray Rothbard que alertaram sobre todos os perigos e todas as falcatruas que tornaram essa prática de fluoretar a água algo rotineiro; no Brasil a resistência é mais tímida mas foi uma grande surpresa encontrar sites bem ativistas contra isso por aqui.
Se água vem direto dos dutos estatais, como fugir disso? Fui despertado uma vez que cheguei de madrugada em casa e vi, num hotel, um caminhão pipa, esse fato se repetiu e notei que toda noite esse hotel se abastecia de água fornecida de uma forma alternativa à Cia estatal de saneamento. Ele fazia isso pelo custo e de quebra levava uma água de melhor qualidade. Atente que para fazer isso ele estava na informalidade uma vez que é proibido a qualquer um comprar água que não seja da Sabesp dado o monopólio por força de lei.
A primeira sugestão diante da péssima qualidade da água fornecida pelas estatais e da droga misturada na água (flúor) é colocar um filtro de osmose reversa, que apesar de tirar também os minerais bons da água (que podem ser consumidos por outras fontes alimentares), a deixa livre de cloro e flúor (e outras bactérias). O segundo passo seria adaptar sua casa ou prédio para receber água mineral de carros pipa sendo que a água de banho e torneiras de consumo utilizariam encanamentos diferentes da água estatal, que seria utilizada em descargas, quintais e lava roupas. Prepare-se para a desobediência civil, é isso ou ser dopado pelo estado.
Um depoimento pessoal é testemunha dessa brutal diferença. Tive uma casa de campo onde tínhamos mina própria de água mineral, portanto, sem flúor, tomávamos banho com água mineral, escovávamos dente, cozinhávamos e a diferença era brutal. Já no primeiro dia podíamos perceber a diferença na pele, cabelo e sabor dos alimentos.
É onde sugiro maior investimento mas o retorno é garantido.

Se o leitor chegou até aqui e não viu um setor que ele acha que deveria ser citado não se desaponte, eu mesmo gostaria de elencar aqui vários outros setores onde os tentáculos estatais invadiram nossa vida e, em conluio com as empresas, estão piorando nossa qualidade de vida. Imagine o leitor que através de subsídios estatais se formaram oligopólios no setor de carnes e proteínas animais devastando a concorrência, no setor de transportes, enfim, a sanha do fascismo empresarial aliada à burocracia estatal está nos cercando cada vez mais.
Sejamos, pois, resistentes!


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Em defesa de Ricardo Teixeira

Ok, pararam de cuspir e joga pedras? Então posso começar.
Antes de chegar aos argumentos de defesa é preciso esclarecer dois pontos. O primeiro é que não sou advogado, não tenho procuração, não conheço o réu pessoalmente, nunca trabalhei ou tive qualquer envolvimento com futebol que não fosse como torcedor e peladeiro de final de semana, nesse mesmo ponto, insisto e esclareço que não recebi nenhuma forma de remuneração ou solicitação por parte do acusado, escrevo essas linhas, portanto, movido apenas por um dever de consciência, que surgiu após observar um linchamento público.
Eis que vem o segundo ponto a ser esclarecido antes de iniciar minha quixotesca tentativa de defesa, mesmo com o linchamento público nos jornais e tevês eu ainda não consegui entender exatamente do que acusam o réu e isso torna tudo isso um tanto quanto paradoxal, afinal, se não sei do que o acusam, como saberei como defendê-lo? Para tanto, me municiei daquilo que li e vi na imprensa, das postagens indignadas nas redes sociais, conversas com amigos nas mesas de bar e dessa coleta pude elaborar o que segue na sequencia dessas linhas.

Organização
O primeiro ponto a ser tratado é a grita sobre o “futebol brasileiro ser uma bagunça”. Escolhi esse tópico em primeiro lugar por ser onde enxergo mais injustiça contra o réu.  No que tange aos campeonatos organizados pela CBF, mais especificamente o Campeonato Brasileiro (de todas as divisões A, B, C e D) e a Copa do Brasil, Ricardo Teixeira deveria ganhar uma estátua em cada capital do País.  Ao assumir a CBF em 89 o campeonato brasileiro passou a ter 22 clubes e com o descenso de 4 e acesso de 2, manteria o número de 20 clubes daí em diante. Durou pouco, até 93, e em 94 voltou a ter 24 clubes número que ficou mais ou menos estável até 2006 onde ficou em 20 novamente. Mas todo esse vai e vem de número de participantes durante a administração Teixeira na CBF é troco se comparado ao passado onde não era incomum campeonato com 64 participantes em um ano, 48 em outro e assim por diante.
Mais do que tudo isso, a partir de 2003 o campeonato brasileiro uniformizou a fórmula de disputa para pontos corridos com um calendário bem definido. E a Copa do Brasil, como torneio mata-mata, Copa essa que foi criação direta de Ricardo Teixeira, iniciando a disputa em 1989 (ano que Teixeira assumiu) contra tudo e contra todos, hoje a Copa é um sucesso, mas na época houve ceticismo geral como “torneio caça níquel”, “inchaço de calendário” etc.
Portanto foi Ricardo Teixeira que organizou os campeonatos no Brasil, os deixando no formato do resto do mundo, com a Copa sendo o torneio mata-mata e o Campeonato sendo de pontos corridos com 20 times mais fortes.
Não só isso, hoje tem a série B também com 20 clubes e pontos corridos e desde 2009 uma bem organizada série C e D.
A consequência dessa melhor organização promovida por Teixeira gerou um efeito quase imediato nos clubes. O leitor mais cético dirá que é mera coincidência, creditará a globalização da economia, ao cometa Halley, mas o fato é que a partir daí os clubes brasileiros passaram a dominar a América com uma supremacia total na Libertadores. Foram 10 títulos e 9 vices em 22 anos (89-11). Nos 30 anos anteriores tinham sido 5 títulos e 6 vices. Os números falam por si. Os campeonatos mais organizados e com fórmulas mais justas passaram a enviar os melhores times para a disputa, simples assim.

Seleção
A história da seleção durante a administração de Teixeira será lembrada como anos gloriosos quando essa nuvem de acusações se dissipar. Acho pouco honesto creditar a ele a Copa de 90, a marca de Teixeira começa a ser posta, de fato, depois daquela Copa, com a entrada de Falcão, que ousou não chamar os medalhões que atuavam na Europa e fez um verdadeiro garimpo entre os atletas que atuavam aqui. Apesar do trabalho de Falcão não ter conquistado títulos ele foi fundamental para o técnico que viria depois, Parreira, e iniciou uma das eras mais vitoriosas na história do futebol, simbolizada pelo lateral Cafu que primeiramente foi para a seleção com Falcão até o penta em 2002. A seleção que ficara 24 anos sem vencer uma Copa ou sequer chegar a uma final, foi por 3 Copas consecutivas finalista, ganhando duas e uma fatalidade com Ronaldo na final impediu o tri consecutivo. Claro, dirão os críticos, que os títulos foram ganhos pelos excelentes jogadores que o Brasil produz, mas onde estavam esses jogadores nos 24 anos anteriores?
Coloque nesses anos gloriosos mais 3 títulos da Copa das Confederações e 4 Copas Américas (contra outras 4 nos 73 anos anteriores)
Nas categorias de base outro massacre da gestão Teixeira: Na Sub-17 são 3 títulos e 2 vices, e na Sub-20 são 3 títulos e 3 vices. (Em ambas as categorias um domínio completo na America do Sul).
Some a tudo isso o mérito de ter , enfim, formado uma seleção feminina competitiva e ... voilá mais um argumento dos críticos vai por água abaixo.

Política
Aqui é onde as acusações ficam confusas e organiza-las não é tarefa fácil, mas vamos lá. Para respondê-las tenho que deixar claro que a CBF é uma entidade privada! Sim amigos socialistas, comunistas ou qualquer outro tipo de ignorante que não compreenda o termo, mas a CBF tem DONO e os donos são as Federações locais que por sua vez tem como donos os clubes que por sua vez tem como donos os sócios dos clubes.
Portanto é fácil desmistificar a primeira choradeira que é quando falam sobre tempo demais no poder, assim como você não vê empresas trocando de presidente de 4 em 4 anos a CBF também não deveria trocar. Empresas privadas (e a CBF é uma) devem ter constância e visão de longo prazo em sua gestão, a escolha do executivo que vai comanda-las deve levar em conta isso e Teixeira é isso, o executivo escolhido pelos donos da CBF para comanda-la.
Não há razão alguma para substituí-lo se os donos estão contentes.
Vi os argumentos mais cretinos possíveis nesse ponto, como alguns querendo eleição aberta ao público, nomeação pelo presidente da república e outras sandices do gênero.
Goste ou não, caro leitor, a seleção brasileira, sim aquele símbolo, aquela camisa que te emocionou tantas vezes, aquela que você ostenta com orgulho quando vai ao exterior, que é reconhecida em qualquer canto e serve até de salvaguarda para jornalistas que cobrem guerras, tem DONO e esses donos escolhem, ao seu bel prazer, quem vai ser o gestor. Fica ridículo, portanto, qualquer acusação de gestão fraudulenta, uma vez que os donos recolocam tal gestor no comando quando o mandato termina.
Mas não pense que por isso todo e qualquer ato desse gestor é bom. Não, nós podemos ter nossa opinião sobre tal gestão e ai sim Ricardo Teixeira se mostra um grande presidente.
Sob seu comando a CBF conseguiu um dos maiores contratos da história da entidade com a Nike, e hoje conta com empresas de ponta entre seus patrocinadores, banco Itaú, Vivo, Guaraná Antártica, TAM, Volkswagen, Extra, Seara e Nestlé. Acho que falam por si.
Não só o fato de ser exímio administrador da CBF, Ricardo Teixeira conseguiu algo que o eleva a categoria de gênio, ele foi capaz de, com seu empenho pessoal, trazer a Copa do Mundo para o Brasil. Se o país não tem infraestrutura, estádios, hotéis ou condições, isso não denigre o trabalho de Teixeira, ao contrário o eleva. Ricardo Teixeira é presidente da CBF, não da República, o que era da sua alçada ele fez magistralmente.

Antes de encerrar faço outra ressalva que não é menos importante. Teixeira teve a hombridade de fazer justiça ao glorioso passado do futebol brasileiro, assumindo com coragem o reconhecimento dos títulos dos clubes no passado, os uniformizando com status de campeões brasileiros.

Dizia um sábio que você pode saber muito sobre uma pessoa observando os inimigos que ela tem e a julgar por Ricardo Teixeira, os inimigos que ele possui só o qualificam mais. A começar por uma banda podre da imprensa, de gente mesquinha e rancorosa que só dá traço na audiência até os grandes interesses de emissora que perde a concorrência de transmissão de um campeonato. Não caia na propaganda ridícula desses detentores do poder. Pergunte sempre, caro leitor, qual o interesse de quem acusa.

Enzo Zaghoni (é um pseudônimo, o autor pediu para não ser reconhecido e qualquer contato com ele pode ser feito através desse blog)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

É hora da cultura 3G

Antes que pensem que este artigo se trata de padrões de tecnologia de telefonia móvel, explico que 3G é a abreviação, em inglês, para Guns, Gold and God (armas, ouro e Deus). Também espero que o leitor não despreze o artigo logo de cara por ser aparente a contradição entre Deus, armas e ouro.

Escrevo essas linhas para falar de economia, mais especificamente de economia do caos. Acompanhando as entrevistas de Gerald Celente pincei a frase “Survival is key” e essa frase indica o que será, a meu ver, o melhor “plano econômico” que as pessoas devem seguir.

A crise de 2008 foi apenas a faísca que ascendeu o estopim em direção ao barril de pólvora no qual toda a economia global está sentada, os Estados Babás europeus completamente falidos, e aqui não me refiro a casos extremos como Grécia ou Irlanda, mas França, Alemanha, Inglaterra, etc.

O Estado americano idem, com dívidas públicas estratosféricas (não, não é normal um governo ter dívidas, nem de 1%, 5% ou 40% do PIB, que se diga de 80% e nenhum “economista” vai me convencer do contrário) e gastos correntes cada vez maiores, parecem ter chegado ao limite.

Como não creio que os políticos vão se controlar ou que os parasitas públicos, que se beneficiam da gastança estatal, vão ter algum surto de consciência e abrir mão de seus privilégios, é chegada a hora do que chamo de cultura 3G.

A crise está ai, o desemprego é crescente (e não se iludam os brasileiros, o que está acontecendo na Europa e EUA vai nos atingir de forma exponencial, é questão de tempo) não só os governos, mas as pessoas estão endividadas, o capital acumulado por décadas, séculos, esta se esvaindo rapidamente, e as moedas (dólar e euro) já entraram pra lata do lixo da história.

GUNS

As violentas passeatas vistas na Grécia não eram de pessoas clamando pelo fim dos privilégios e sim de funcionários públicos raivosos que querem continuar a viver, consumir, sem precisar produzir, não admitem perder um único centímetro dos quilômetros de privilégios que possuem (não tem como ser diferente, funcionários públicos são incapazes de produzir seu próprio sustento, se não eram assim antes de entrar no funcionalismo, assim ficaram, pois suas funções são inúteis e emburrecedoras).

O tamanho dessa boquinha já ficou enorme, não cabe mais ninguém, uma pessoa produtiva não consegue carregar mais nenhum funcionário público nas costas, e as pessoas produtivas estão revoltadas, elas não encontram emprego, não conseguem ficar com o fruto do seu trabalho, veem a moeda que ganham perder valor cada vez mais, seu padrão de vida declinar mesmo trabalhando mais.

Quando essa gente se revoltar (e eu tenho razões para acreditar que não tardará) e confrontar os cobradores de impostos, os parasitas públicos (funcionários públicos em geral e beneficiários de toda sorte de privilégios estatais, desde grandes empresários até fiscais de fumantes em boteco) se verão sem os recursos vindos da espoliação sobre os produtivos. O confronto se dará nas ruas, e aqui não tenho nenhuma ilusão que serão azuis contra vermelhos, ou dois grupos bem definidos. A nuvem de confusão entre quem é recebedor liquido de impostos e quem é pagador liquido de impostos é confusa, em uma família pode ter um fiscal da receita e um pequeno empresário espoliado.

Os próprios indivíduos estão confusos, e ficam confusos quando pensam nisso. O exemplo dado pelo estado às pessoas é que o roubo é algo justo, correto, a moralidade e a ética estão obscurecidas e veremos violência nas ruas e assaltos, muitos assaltos, uma escalada da criminalidade pode acontecer no próximo ano ou pouco tempo adiante.

Diante desse cenário, a ultima coisa que eu sugiro é confiar na polícia. Policiais são funcionários públicos e, como tais, recebem salário fazendo ou não seu trabalho. Eles não tem motivo nenhum para arriscar a vida por causa de outrem.

Portanto compre uma arma, por mais complicado que seja o trâmite burocrático, por mais que campanhas imbecis de pacifistas violentos digam que é perigoso, compre uma arma e aprenda como atirar! Inscreva-se em cursos, pratique em stands e clubes de tiro. Tenha em mente que melhor do que ter medo de armas é conhecê-las e domina-las profundamente.

Leia sobre o assunto, discuta com os amigos, informação sobre isso nunca é demais. Torça para nunca precisar usa-la, mas esteja sempre preparado caso a situação exija, e a probabilidade de precisar usa-la vai aumentar muito com o caos econômico vindouro.

GOLD

Compre ouro! Se você ainda não comprou ouro vá comprar agora. O ouro em todos os tempos foi escolhido espontaneamente como moeda, pelas suas características de divisibilidade, maleabilidade, raridade e valor intrínseco. Diferente das moedas estatais de curso forçado que podem (e são) multiplicadas diariamente, perdendo valor e servindo a interesses de uma elite (os donos de banco) para criar dinheiro do nada, o ouro serve também como reserva de valor.

Esqueça se seu gerente de banco te sugeriu um fundo multimercado, se seu sobrinho que sabe tudo sobre o mercado financeiro fez fortunas com ações, se seu vizinho aplica em fundos imobiliários ou, mais perigoso de tudo, os títulos públicos. Todos esses ativos financeiros estão condenados por conta das bolhas geradas pela impressão de moeda pelos bancos centrais. Os imóveis idem, os preços foram a estratosfera e os retornos com aluguéis são pífios, raramente cobrem o custo de capital. E vai piorar. Os valores dos ativos vão cair bruscamente e seus retornos, os yields, cairão ainda mais.

Veremos, por conta da depressão econômica, as empresas fechando, negócios se tornando inviáveis e demissões em massa. Ao fechar, ou reduzir, as empresas terão receita e renda menores, os imóveis ficarão vagos, projetos imobiliários antes viáveis se revelarão sem sentido, a inadimplência de empresas e pessoas vai subir, empréstimos contraídos para projetos de expansão não terão como serem honrados. Se, por um lado, o valor de tudo vai cair, por outro teremos um volume de moeda na economia totalmente desproporcional, fazendo com que uma produção muito menor (fruto da depressão) encontre um montante de moeda de uma economia inflada, e ai sim virá a disparada de preços. Seu ouro, muito bem guardado, se revelará uma excepcional reserva de valor.

Se você, que já é iniciado em economia austríaca, pensa que no Brasil não existe essa “cultura” de que ouro é dinheiro , não tem liquidez, etc. sugiro pensar melhor. Ouro é dinheiro em qualquer parte do mundo. Procure uma corretora de valores que opere ouro na BM&F, faça sua ficha e comece a trocar os ativos que tinha para sua poupança por ouro.

GOD

Se nos dois itens anteriores tratei da sobrevivência econômica, nesse item não seria exagero dizer que trato da sanidade mental. Além das razões econômicas essa crise tem um fundo moral. A sociedade aceitou por décadas a espoliação estatal, rompeu com um fundamento básico, expresso até na Bíblia, “comerás o pão com o suor de teu rosto”, e a vagabundagem grassou o ocidente com os ditos “direitos sociais”, que traduzindo para o bom português, significam “você trabalha, eu consumo”.

Sistemas previdenciários estatais, transferências de renda, privilégios sindicais, sistemas estatais de saúde, educação estatal, etc. Tudo isso conduzido por uma gigantesca máquina burocrática, arrogante e imoral.

Um dos subprodutos dessa estatização geral é sentida na educação. Educação estatal (não pense que colégios e faculdades particulares escapam, elas seguem os ditames do estado), conduzida por funcionários públicos, nunca deixou de ser pura doutrinação, as pessoas passaram a adorar o estado e aceitar sua pilhagem sem contestação. Gerações tiveram valores deturpados e distorcidos, esquecendo-se de uma rica tradição, trocada por uma filosofia vazia.

Não só isso, as artes e artistas nada mais são que propagandistas do estado.

Nesse cenário, como não enlouquecer ou ter seus valores completamente deturpados?

Em primeiro lugar fuja completamente da grande mídia, os grandes órgãos de imprensa são associados ao estado (que lhes garante o cartel e os nutre com polpudas verbas) e estão condicionados a apologia ao estado. A internet nos garante fontes de informações diversas, saiba escolher, desconfie de qualquer um que apoie iniciativas estatais, dite palavras de ordem eco-facistas, advogue em prol de planos mirabolantes de ministros “técnicos” para salvar a economia, a natureza, os pobres, etc.

Em segundo, não dê crédito algum ao mainstream acadêmico, alias, só se inscreva em algum curso acadêmico se este for relacionado com algum ensino técnico de fato, como medicina ou engenharia, e tiver um pay back explícito. Mais especificamente na economia, o leitor pode relaxar, visite diariamente o site do IMB, encontrará artigos diários, que não mentem, fundados em sólida teoria, não só isso, vídeos, palestras e toda uma rica bibliografia totalmente grátis aos leitores.

Na educação básica sei que, para muitos, é difícil o homeschooling, mas a sugestão é que se confronte sempre o que é ensinado nas escolas.

E, em ambos os casos (universitário e escolar), forme em sua casa uma biblioteca com os clássicos da nossa civilização, não engula essa literatura rasteira dos moderninhos de hoje em dia. Tenha na sua casa Aristóteles, Shakespeare, Platão, Santo Agostinho, São Tomas de Aquino, Machado de Assis, Dostoievski, Dante Alighieri, Camões. Mas não deixe de ler os autores modernos que escaparam e tão bem observaram o totalitarismo estatal que vivemos, como Ortega Y Gasset, Chesterton, e não menos, vá ao fundamento primeiro, leia sempre a Bíblia, por mais que os doutores de nosso tempo a ridicularizem (e talvez por isso seja motivo suficiente para ler). Vá ao fundo de sua alma e você verá que lá é que a batalha será vencida.

Reze, todos vamos precisar.