segunda-feira, 8 de agosto de 2011

É hora da cultura 3G

Antes que pensem que este artigo se trata de padrões de tecnologia de telefonia móvel, explico que 3G é a abreviação, em inglês, para Guns, Gold and God (armas, ouro e Deus). Também espero que o leitor não despreze o artigo logo de cara por ser aparente a contradição entre Deus, armas e ouro.

Escrevo essas linhas para falar de economia, mais especificamente de economia do caos. Acompanhando as entrevistas de Gerald Celente pincei a frase “Survival is key” e essa frase indica o que será, a meu ver, o melhor “plano econômico” que as pessoas devem seguir.

A crise de 2008 foi apenas a faísca que ascendeu o estopim em direção ao barril de pólvora no qual toda a economia global está sentada, os Estados Babás europeus completamente falidos, e aqui não me refiro a casos extremos como Grécia ou Irlanda, mas França, Alemanha, Inglaterra, etc.

O Estado americano idem, com dívidas públicas estratosféricas (não, não é normal um governo ter dívidas, nem de 1%, 5% ou 40% do PIB, que se diga de 80% e nenhum “economista” vai me convencer do contrário) e gastos correntes cada vez maiores, parecem ter chegado ao limite.

Como não creio que os políticos vão se controlar ou que os parasitas públicos, que se beneficiam da gastança estatal, vão ter algum surto de consciência e abrir mão de seus privilégios, é chegada a hora do que chamo de cultura 3G.

A crise está ai, o desemprego é crescente (e não se iludam os brasileiros, o que está acontecendo na Europa e EUA vai nos atingir de forma exponencial, é questão de tempo) não só os governos, mas as pessoas estão endividadas, o capital acumulado por décadas, séculos, esta se esvaindo rapidamente, e as moedas (dólar e euro) já entraram pra lata do lixo da história.

GUNS

As violentas passeatas vistas na Grécia não eram de pessoas clamando pelo fim dos privilégios e sim de funcionários públicos raivosos que querem continuar a viver, consumir, sem precisar produzir, não admitem perder um único centímetro dos quilômetros de privilégios que possuem (não tem como ser diferente, funcionários públicos são incapazes de produzir seu próprio sustento, se não eram assim antes de entrar no funcionalismo, assim ficaram, pois suas funções são inúteis e emburrecedoras).

O tamanho dessa boquinha já ficou enorme, não cabe mais ninguém, uma pessoa produtiva não consegue carregar mais nenhum funcionário público nas costas, e as pessoas produtivas estão revoltadas, elas não encontram emprego, não conseguem ficar com o fruto do seu trabalho, veem a moeda que ganham perder valor cada vez mais, seu padrão de vida declinar mesmo trabalhando mais.

Quando essa gente se revoltar (e eu tenho razões para acreditar que não tardará) e confrontar os cobradores de impostos, os parasitas públicos (funcionários públicos em geral e beneficiários de toda sorte de privilégios estatais, desde grandes empresários até fiscais de fumantes em boteco) se verão sem os recursos vindos da espoliação sobre os produtivos. O confronto se dará nas ruas, e aqui não tenho nenhuma ilusão que serão azuis contra vermelhos, ou dois grupos bem definidos. A nuvem de confusão entre quem é recebedor liquido de impostos e quem é pagador liquido de impostos é confusa, em uma família pode ter um fiscal da receita e um pequeno empresário espoliado.

Os próprios indivíduos estão confusos, e ficam confusos quando pensam nisso. O exemplo dado pelo estado às pessoas é que o roubo é algo justo, correto, a moralidade e a ética estão obscurecidas e veremos violência nas ruas e assaltos, muitos assaltos, uma escalada da criminalidade pode acontecer no próximo ano ou pouco tempo adiante.

Diante desse cenário, a ultima coisa que eu sugiro é confiar na polícia. Policiais são funcionários públicos e, como tais, recebem salário fazendo ou não seu trabalho. Eles não tem motivo nenhum para arriscar a vida por causa de outrem.

Portanto compre uma arma, por mais complicado que seja o trâmite burocrático, por mais que campanhas imbecis de pacifistas violentos digam que é perigoso, compre uma arma e aprenda como atirar! Inscreva-se em cursos, pratique em stands e clubes de tiro. Tenha em mente que melhor do que ter medo de armas é conhecê-las e domina-las profundamente.

Leia sobre o assunto, discuta com os amigos, informação sobre isso nunca é demais. Torça para nunca precisar usa-la, mas esteja sempre preparado caso a situação exija, e a probabilidade de precisar usa-la vai aumentar muito com o caos econômico vindouro.

GOLD

Compre ouro! Se você ainda não comprou ouro vá comprar agora. O ouro em todos os tempos foi escolhido espontaneamente como moeda, pelas suas características de divisibilidade, maleabilidade, raridade e valor intrínseco. Diferente das moedas estatais de curso forçado que podem (e são) multiplicadas diariamente, perdendo valor e servindo a interesses de uma elite (os donos de banco) para criar dinheiro do nada, o ouro serve também como reserva de valor.

Esqueça se seu gerente de banco te sugeriu um fundo multimercado, se seu sobrinho que sabe tudo sobre o mercado financeiro fez fortunas com ações, se seu vizinho aplica em fundos imobiliários ou, mais perigoso de tudo, os títulos públicos. Todos esses ativos financeiros estão condenados por conta das bolhas geradas pela impressão de moeda pelos bancos centrais. Os imóveis idem, os preços foram a estratosfera e os retornos com aluguéis são pífios, raramente cobrem o custo de capital. E vai piorar. Os valores dos ativos vão cair bruscamente e seus retornos, os yields, cairão ainda mais.

Veremos, por conta da depressão econômica, as empresas fechando, negócios se tornando inviáveis e demissões em massa. Ao fechar, ou reduzir, as empresas terão receita e renda menores, os imóveis ficarão vagos, projetos imobiliários antes viáveis se revelarão sem sentido, a inadimplência de empresas e pessoas vai subir, empréstimos contraídos para projetos de expansão não terão como serem honrados. Se, por um lado, o valor de tudo vai cair, por outro teremos um volume de moeda na economia totalmente desproporcional, fazendo com que uma produção muito menor (fruto da depressão) encontre um montante de moeda de uma economia inflada, e ai sim virá a disparada de preços. Seu ouro, muito bem guardado, se revelará uma excepcional reserva de valor.

Se você, que já é iniciado em economia austríaca, pensa que no Brasil não existe essa “cultura” de que ouro é dinheiro , não tem liquidez, etc. sugiro pensar melhor. Ouro é dinheiro em qualquer parte do mundo. Procure uma corretora de valores que opere ouro na BM&F, faça sua ficha e comece a trocar os ativos que tinha para sua poupança por ouro.

GOD

Se nos dois itens anteriores tratei da sobrevivência econômica, nesse item não seria exagero dizer que trato da sanidade mental. Além das razões econômicas essa crise tem um fundo moral. A sociedade aceitou por décadas a espoliação estatal, rompeu com um fundamento básico, expresso até na Bíblia, “comerás o pão com o suor de teu rosto”, e a vagabundagem grassou o ocidente com os ditos “direitos sociais”, que traduzindo para o bom português, significam “você trabalha, eu consumo”.

Sistemas previdenciários estatais, transferências de renda, privilégios sindicais, sistemas estatais de saúde, educação estatal, etc. Tudo isso conduzido por uma gigantesca máquina burocrática, arrogante e imoral.

Um dos subprodutos dessa estatização geral é sentida na educação. Educação estatal (não pense que colégios e faculdades particulares escapam, elas seguem os ditames do estado), conduzida por funcionários públicos, nunca deixou de ser pura doutrinação, as pessoas passaram a adorar o estado e aceitar sua pilhagem sem contestação. Gerações tiveram valores deturpados e distorcidos, esquecendo-se de uma rica tradição, trocada por uma filosofia vazia.

Não só isso, as artes e artistas nada mais são que propagandistas do estado.

Nesse cenário, como não enlouquecer ou ter seus valores completamente deturpados?

Em primeiro lugar fuja completamente da grande mídia, os grandes órgãos de imprensa são associados ao estado (que lhes garante o cartel e os nutre com polpudas verbas) e estão condicionados a apologia ao estado. A internet nos garante fontes de informações diversas, saiba escolher, desconfie de qualquer um que apoie iniciativas estatais, dite palavras de ordem eco-facistas, advogue em prol de planos mirabolantes de ministros “técnicos” para salvar a economia, a natureza, os pobres, etc.

Em segundo, não dê crédito algum ao mainstream acadêmico, alias, só se inscreva em algum curso acadêmico se este for relacionado com algum ensino técnico de fato, como medicina ou engenharia, e tiver um pay back explícito. Mais especificamente na economia, o leitor pode relaxar, visite diariamente o site do IMB, encontrará artigos diários, que não mentem, fundados em sólida teoria, não só isso, vídeos, palestras e toda uma rica bibliografia totalmente grátis aos leitores.

Na educação básica sei que, para muitos, é difícil o homeschooling, mas a sugestão é que se confronte sempre o que é ensinado nas escolas.

E, em ambos os casos (universitário e escolar), forme em sua casa uma biblioteca com os clássicos da nossa civilização, não engula essa literatura rasteira dos moderninhos de hoje em dia. Tenha na sua casa Aristóteles, Shakespeare, Platão, Santo Agostinho, São Tomas de Aquino, Machado de Assis, Dostoievski, Dante Alighieri, Camões. Mas não deixe de ler os autores modernos que escaparam e tão bem observaram o totalitarismo estatal que vivemos, como Ortega Y Gasset, Chesterton, e não menos, vá ao fundamento primeiro, leia sempre a Bíblia, por mais que os doutores de nosso tempo a ridicularizem (e talvez por isso seja motivo suficiente para ler). Vá ao fundo de sua alma e você verá que lá é que a batalha será vencida.

Reze, todos vamos precisar.

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