2 Filmes e um Hot-dog.
Ah Réveillon, todos viajando, praia, exterior, nessa ultima semana de
dezembro e primeira semana de janeiro a cidade de São Paulo fica um paraíso.
Nenhum trânsito, nenhuma fila, podemos chegar aos restaurantes a qualquer hora,
vagas no estacionamento ao lado dos elevadores, uma calmaria só. Já é o segundo
ano que passo o réveillon na cidade e pretendo continuar assim.
Tudo isso pra dizer que aproveitei a primeira semana de janeiro para ir
ao cinema assistir a dois (e não um) blockbusters e isso não é algo que eu faça
rotineiramente. Por morar perto da avenida paulista, costumo ir ao cinema a pé,
onde tem o Reserva Cultural e que não passa os filmes de grande circulação. Não
meu caro leitor, assisto à filmes “cult” mais por comodidade do que por opção.
Longas filas, trânsito, estacionamentos caros, salas lotadas. Tudo isso me
afasta das grandes produções me deixando refém dos filmes de menor circulação.
Não pense que não gosto deles, ao contrário, são ótimos filmes para
analisarmos. Hollywood tem uma agenda ideológica (esquerdista) e a expressa
subliminarmente nos filmes, mais interessante ainda é ver que tem filmes que
estão expressando uma nova corrente (libertária ou liberal clássica) e
“furando” o bloqueio ideológico.
Mas, voltando ao assunto, aproveitei a primeira terça feira de janeiro,
peguei meu carro e me dirigi ao shopping para ver os filmes, menos de 8 minutos
depois lá estava eu, selecionei Imortais e Tudo Pelo Poder. Uma vez que estava
lá, resolvi fazer o programa completo, sala 3D, hot-dog com cheddar, refrigerante
e tudo mais. O interessante de ter visto os dois filmes, aparentemente sem
ligação nenhuma um com o outro, é que eu esperava mais de Tudo Pelo Poder, uma
vez que acompanho com empolgação as primárias Republicanas, observando o
fenômeno Ron Paul, um libertário, quebrando a barreira dos neoconservadores e
Imortais eu fui mais pelo efeito 3D, expectativa menor.
E não é que foi tudo ao contrário?
Imortais é um filme que vale a pena ser visto. Trata-se da mitologia
grega que conta a batalha de Teseu com o Rei Hyperion, a batalha do bem contra
o mal e como Zeus, o “chefe” dos céus ou Rei dos deuses ordena que os deuses
nào ajudem a Teseu, regra essa que foi descumprida, gerando grande disturbio.
O Filme é uma pintura, muito bem feito e consegue passar valores como honra, lealdade, luta pelo bem, justiça e como o bem enfrenta o mal, o mal existe e precisa ser combatido pelo bem.
O Filme é uma pintura, muito bem feito e consegue passar valores como honra, lealdade, luta pelo bem, justiça e como o bem enfrenta o mal, o mal existe e precisa ser combatido pelo bem.
Já Tudo pelo Poder, que conta com direção e atuação de George Clooney, é
um filme mediocre. E digo isso, não pelo filme reportar algo que todos sabemos,
que a política seja algo sujo, é mediocre pois Clooney, ele mesmo um
esquerdista militante na vida real, usou de uma inversão banal para influenciar
nas próximas eleições americanas. Explico, ao mostrar os bastidores das
corridas primárias do partido democrata, e expor toda sujeira que há nelas
(mesmo com apelo para o bem com slogans ridículos como energia limpa ou outra
bobagem demagógica da esquerda), Clooney pretende duas coisas. A primeira é
passar a mensagem “se os democratas são assim, imaginem os republicanos”. A
outra, e ai sim o pano de fundo, é que o filme não é sobre democratas e sim
sobre republicanos. O partido democrata não terá eleições primárias, Obama
concorre ao segundo mandato, já os Republicanos inicaram as primárias dia 3 de
janeiro (mesmo dia que vi o filme) e esta sendo uma das mais disputadas dos
ultimos tempos. O Filme, com isso, quer passar aos eleitores americanos que os
republicanos estão vivendo essa sujeira agora e o candidato que sair vencedor
das primarias será um escroque imoral (sim, é possível que seja mesmo, esse não
é o ponto).
Chegando em casa, me ocorreu se era possível fazer algum contraponto
entre os filmes, liga-los de alguma maneira. E penso que só o inverso pode
uni-los. Imortais trata de um tempo (ou do mito formador de um tempo) onde a
política da pólis, representava um conjunto de valores morais. Tudo pelo Poder
nada mais é que o resultado de Maquiavel, o ápice do relativismo moral.
Façam suas escolhas.